- Participantes de festa sexual recebem injeções com sangue infectado
A polícia holandesa investiga três homens da cidade de Groningen (extremo norte do país), acusados de propositadamente contaminarem dez outros, com HIV, virus causador da aids. O principal suspeito, Peter M., e funcionário de uma casa de saúde da região. No emprego dele, ninguém sabia sobre a doença. " Não era relevante saber, já que trabalhamos com os mais altos padrões de higiene", disse a diretora da instituição, Marijke Wortel, ao jornal Volkskrant.
Durante uma chamada "festa sexual" - tipo de distração que tem ganhado impulso na cena homossexual holandesa - as vítimas receberam as injeções de sangue infectado. Antes, beberam um drinque contendo a droga GHB (também conhecida como ecstasy líquido) e, ao contrário do que parece ser a norma dessas festas, foram injetadas sem que concordassem com a aplicação do coquetel, o ponto alto da balada.
Chamada ghivt, em holandês - numa alusão à palavra inglesa gift (presente), as " festas de sexo" visam eliminar o medo da contaminação pelo virus da aids, justamente por medida preventiva. Ao receberem o sangue contaminado, os participantes mais cautelosos liberariam-se da obrigação de usar camisinha, e assim se entregariam mais facilmente aos prazeres do sexo "inseguro".
"Tudo o que lembro e de ter tomado uma injeção no anus", contou um dos envolvidos, ainda sob o choque da notícia sobre sua soropositividade. Embora tenha anunciado o número de dez pessoas, a polícia acredita que o grupo de atingidos seja maior, uma vez que, em seu depoimento, os acusados citaram nomes alheios ao grupo examinado até aqui. Numa segunda linha de investigações, a polícia tenta comprovar a denúncia que uma organização de apoio a soropositivos estaria encorajando a prática do ghivt.
As festas promovidas pelos três acusados tornaram-se populares no verão do ano passado. Em geral, contaram frequentadores, elas reuniam homossexuais que por razões diversas preferiam manter sua vida sexual em sigilo. Em grupo de seis, os homens se encontravam para namorar sem culpa. Embora abusos já houvessem sido denunciados desde o ano passado, só agora a polícia interveio. Especulações dão conta que, caso condenados, os suspeitos poderão pegar ate 16 anos de prisão.
Redação: Arnild Van de Velde
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