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Holanda, 03/01/2007 |
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- Holandesa de 93 anos não escapa da cerimônia de naturalização
Às vésperas de celebrar o 94. aniversário, a holandesa Gerda Bekker-Ten Damme torna-se hoje cidadã dos Países Baixos, em cerimônia oficial de naturalização, como manda a lei, embora tenha passado praticamente a vida toda na Holanda.
À primeira vista, o leitor pensará que há um equívoco na notícia. Esta, contudo, está correta e serve para ilustrar a quantas anda a política de imigração e naturalização na Holanda. Bekker-Ten Damme foi casada com um alemão, com quem viveu na Alemanha durante três anos. Por esta razão, acabou adquirindo a cidadania daquele país. Naquela época, a União Européia era conversa de sonhador e a dupla cidadania um tema estranho. Assim, ao voltar para a Holanda, a anciã recebeu, como todo imigrante legal, uma permissão de residência - Verblijfsvergunning.
Até algumas semanas atrás, os dias da longeva senhora corriam sem grandes novidades na localidade de Loppersum, província de Groningen. Em determinado momento, porém, ela precisou ir ao banco e ali, se identificar. Não somente a permissão estava vencida, como também o passaporte, sem o qual o documento não pode ser renovado. A partir daquele momento iniciava-se a lida da mevrouw e sua família com a burocracia holandesa - e alemã, diga-se também.
A começar pelo contato com a prefeitura, que sugeriu o comparecimento dela ao consulado alemão, em Amsterdã, para a obtenção de um novo passaporte. Detalhe: Gerda Bekker-Ten Damme desloca-se com o auxílio de um andador e, com a ajuda do filho, consegue caminhar os 200 metros que separam sua casa da dele. Uma viagem à capital, declarou o rapaz aos jornais, seria inviável. Depois de muito vai-e-vem, o consulado concordou com que ela preenchesse os formulários em casa. Mas, para a foto, não havia jeito a dar. Em toda a Holanda apenas três fotógrafos fazem fotos nos padrões exigidos pelos alemães e nenhum deles tem estúdio em Loppersum...
Foi exatamente nesta altura do caso que a prefeitura da cidade resolveu interceder, através de um funcionário inteligente e que entendeu o ridículo da situação. Gerda Bekker receberia o passaporte holandês e ponto final. Inclusive para seus deveres de cidadã, para com a Alemanha. A participação na cerimônia de naturalização, porém, não pode ser dispensada. "E olhe que ela é do tempo em que as 18 estrofes do hino nacional eram conhecidas de cabeça", graceja o filho Norbert. Hoje a festa dos Bekkers acontece sob o símbolo da cor laranja. "Vamos enfeitar a cadeira de rodas, e quem sabe a banda local ainda dá uma canja", disse ele.
A família Bekker permaneceu alemã mesmo depois da emigração para a Holanda. Mais tarde, com o advento da UE, o tema perdeu importância. "A única desvantagem para mamãe foi não ter podido votar". Há dois anos, Gerda Bekker-Ten Damme resolveu a pendência ao tornar-se membro do PvdA.
Fonte:ANP
Texto: Arnild Van de Velde
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